Mundo | Bolsas nos EUA afundam com pânico após corte em nota de crédito

Forte volume de vendas resultou no pior dia do S&P 500 desde 2008

Ryan Vlastelica, Reuters
 
Os principais índices das bolsas norte-americanas desabaram nesta segunda-feira, com o S&P tendo baixa de mais de 6 por cento, a maior em quase três anos, com o agravamento dos temores de recessão, exacerbados pela redução da nota do crédito de "AAA" dos Estados Unidos.
 
O forte volume de vendas resultou no pior dia do S&P 500 desde dezembro de 2008, e todas as ações dos componentes do índice encerraram a sessão em território negativo.
 
O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 5,55 por cento, para 10.809 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 6,9 por cento, para 2.357 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 6,66 por cento, para 1.119 pontos.
 
"Estamos começando a ver um movimento realmente desordenado da ala vendedora, muito mais do que temos visto", disse Matthew Peron, do Northern Trust, que gerencia cerca de 650 bilhões de dólares em ativos.
 
Baseado no avanço de 50 por cento do VIX, ele acrescentou: "Estamos começando a entrar no modo de pânico".
 
A percepção de que Washington é incapaz de solucionar os problemas da crescente dívida e do lento crescimento econômico do país contribuiram para o forte movimento de venda de ações.
 
Tal relação foi evidenciada pelo aumento das vendas durante um pronunciamento do presidente Barack Obama, que ofereceu poucas maneiras concretas de resolver os problemas fiscais e econômicos.
 
A ansiedade a respeito da economia dos EUA se combinou ao crescente nervosismo quanto aos problemas da dívida europeia. A última iniciativa do Banco Central Europeu de comprar bônus dos governos italiano e espanhol está longe de ser o suficiente para resolver a crise.
 
O índice de volatilidade CBOE, ou VIX, termômetro do nervosismo em Wall Street, saltou 50 por cento, a 48 pontos. É a primeira vez que o VIX supera o marco dos 40 pontos desde maio de 2010.
 
O S&P acumula queda de 17,9 por cento em relação a sua máxima de 2011, atingida em 29 de abril --o que o coloca próximo a um declínio de 20 por cento em relação a uma máxima recente.
 
Na noite de sexta-feira, após o fechamento do mercado, a agência de classificação de risco S&P cortou a avaliação dos EUA de AAA --maior possível-- em um grau, para AA+, sob preocupações com os níveis da dívida da maior economia do mundo.
 
O corte na nota pode eventualmente aumentar os custos de empréstimos tomados pelo governo norte-americano e por companhias, assim como por consumidores.