Cidade | A educação é de responsabilidade dos pais, diz Capitão da PM de Ribeirão Bonito em palestra

Evento contou com a presença de dezenas de mães e filhos

Marcel Rofeal, da Redação

Fotos: Marcel Rofeal/BMR
Dezenas de mães e filhos assistiram a uma palestra proferida pelo Capitão Luiz Alberto Andrade de Almeida, responsável pela 2ª Companhia do 38° Batalhão da PM, na noite desta segunda-feira (25) em Ribeirão Bonito. Andrade falou sobre drogas, convivência em sociedade e estrutura familiar, além de responsabilizar os pais pela educação de seus filhos. O encontro foi promovido pelo Departamento de Promoção Social de Ribeirão Bonito com integrantes dos projetos sociais.

A palestra começou pouco depois das sete e meia da noite. Capitão Andrade foi apresentado pela diretora municipal de Promoção Social, Vera Lúcia Simões Celestino, e iniciou sua explanação ressaltando a importância de que cada um desempenhe o seu papel na sociedade. O ponto fundamental da conversa foi quando o capitão da Polícia Militar responsabilizou os pais pela educação de seus filhos e disse que essa não é a obrigação da escola e nem do Estado.

“Hoje se pergunta ‘e a polícia? ’ quando deveria ser ‘e a família? ’”, disse Andrade. Para ele, a estrutura familiar é a “célula mais importante da sociedade”, uma vez que poderia evitar vários problemas. “Um filho que não respeita os pais em casa não sabe respeitar o professor na escola”, afirmou. Ressalvou que nem todos os jovens que não possuem uma família estruturada e participativa irão ingressar no caminho das drogas e do crime.

Entre outros assuntos, Andrade também citou sua surpresa ao visitar a escola Pirajá há alguns meses e comparou a situação encontrada no local com uma rebelião em presídio. “Numa rebelião nós já esperamos o que podemos encontrar, mas encontramos um cenário de guerra na escola”, prosseguiu. Foi quando instruiu os pais a freqüentarem mais as escolas e acompanharem mais de perto a vida escolar de seus filhos, buscando observar o comportamento deles em sala de aula.

Sobre as drogas, o capitão afirmou que os pais devem prestar mais atenção em mudanças comportamentais e de aparência dos filhos, como o horário em que chegam a casa, grosseria, inquietação, olhos avermelhados e odores. “Não dêem as chaves de casa para seus filhos. Façam com que eles chamem os pais ao chegarem, cheirem suas mãos, sua boca, e se ele negar já é um sinal. Quem não deve, não teme”, aconselhou.

O encontro foi rápido, porém, objetivo. Andrade conseguiu abordar os assuntos mais importantes e instruir as mães presentes, algumas com seus filhos do lado, em cerca de uma hora e meia. Ao final, respondeu às perguntas das mães. Uma delas questionou sobre o modo de afastar seu filho de ‘amigos’ envolvidos com drogas, e ouviu: “diga pra ele que enquanto ele morar na sua casa, comer da sua comida, você é quem estabelece as regras”.

No final do evento, houve o sorteio de algumas prendas. Segundo a diretora Vera, esses encontros ocorrem mensalmente com integrantes de programas sociais desenvolvidos no município. Além da própria diretora de Promoção Social e do Capitão da Polícia Militar, estiveram presentes representantes do Conselho Tutelar e do Setor Social, e o vereador José Sebastião Baldan (PMDB).

Algumas “pancadas” necessárias

Durante sua explanação, capitão Andrade criticou as famílias que não fazem esforços para se auto-sustentarem e que estão acomodadas vivendo à custa do Estado, como buscando cestas básicas no Setor Social, remédios gratuitos e outros. Andrade provocou risos ao ironizar que não há mais traficantes nas Malvinas, sendo contestado, e disse que não recebe mais denúncias. Aproveitou para classificar como “papo de bandido” quem diz que não denuncia porque não é “cagüeta”.

Você Sabia?

Quando falou sobre a estrutura familiar como “célula mais importante da sociedade”, Andrade passou um dado interessante. Cada interno da Fundação Casa, antiga Febem, custa ao Estado, mensalmente, R$ 3.500,00. Sobre isso, detalhou as aplicações em estrutura física e pessoal da entidade, como iluminação embutida, médicos, professores e outros.